segunda-feira, 29 de junho de 2009

Agonia Despoetizada, Prosaica.

Ai! Porque perpetua é minha companheira solidão.
E me debulha... A virtude maldita de ser romântico!
Folgando langorosa, da minha miserável sofreguidão...
Quebranta meus olhos, põe-me desesperado, insano!
Sussurra perene em meus ouvidos tristonha melodia.
Gargalhando também da minha agonia dilacerante...
Sufoca! E devorando o desejo de vida, traz melancolia,
Vai mantendo o desdém de euforia, de meu ser amante.

Já são tão vagas as palavras, que não me fluem como antes.
Pudera eu escrever sonetos belos e apaixonados de amante.

Mas só me inspira o desespero e o medo dum futuro solitário.
O rosto no espelho dos olhos de outrem... Vejo-me aos trapos!

Ah! Quero gritar pra desabafar, esse comichão maldito e esguio!
Afogar meu desespero num oceano ácido, e por fim dissolve-lo.
Ter o direito de ser vívido, como as correntezas jovens d’um rio...
Exprimir o sentimento de dentro ao outro, sem receber desprezo.
Pesa-me a cabeça sobre o pescoço, pareço ancião e sou mancebo...
São as lembranças doridas, é a dor da ferida meu constante algoz.
E por isso eu bebo! Vou me embriagar pra suportar o agudo cortejo,
Que me devora seco, lúgubre e sem receio, feito um demônio atroz!

Pro inferno demônios malditos! Se corroam em juízo, sejam infligidos.
Vão de retro! Levem os espectros dos vossos guizos, calem vossos risos.

Quero paz, quero amor, quero o sentido pra estar vivo... Quero viver!
Recuem ante o meu sagrado templo! E gere ele a luz d'um futuro alvorecer.


Hugo Vinícius.Stª Rita do Passa Quatro – SP23/06/2009.

Um comentário:

Faça-se exprimido, e te tragarei pelos olhos feitos ouvidos.